quinta-feira, 22 de abril de 2010

Origens da Pedagogia Hospitalar no Brasil

A Classe Hospitalar tem seu início em 1935, quando Henri Sellier
inaugura a primeira escola para crianças inadaptadas, nos arredores de Paris.
Seu exemplo foi seguido na Alemanha, em toda a França, na Europa e nos
Estados Unidos, com o objetivo de suprir as dificuldades escolares de crianças
tuberculosas.
Pode-se considerar como marco decisório das escolas em hospital a
Segunda Guerra Mundial. O grande número de crianças e adolescentes
atingidos, mutilados e impossibilitados de ir à escola, fez criar um engajamento,
sobretudo dos médicos, que hoje são defensores da escola em seu serviço.
Em 1939 é Criado o C.N.E.F.E.I. – Centro Nacional de Estudos e de
Formação para a Infância Inadaptadas de Suresnes, tendo como objetivo
formação de professores para o trabalho em institutos especiais e em hospitais;
Também em 1939 é criado o Cargo de Professor Hospitalar junto ao
Ministério da Educação na França. O C.N.E.F.E.I. tem como missão até hoje
mostrar que a escola não é um espaço fechado. O centro promove estágios em
regime de internato dirigido a professores e diretores de escolas; os médicos
de saúde escolar e a assistentes sociais.
A Formação de Professores para atendimento escolar hospitalar no
CNEFEI tem duração de dois anos. Desde 1939, o C.N.E.F.E.I. já formou 1.000
professores para as classes hospitalares, cerca de 30 professores a cada
turma.
Legislação
No Brasil, a legislação reconheceu através do estatuto da Criança e do
Adolescente Hospitalizado, através da Resolução nº. 41 de outubro e 1995, no
item 9, o “Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de
educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua
permanência hospitalar”.
Em 2002 o Ministério da Educação, por meio de sua Secretaria de
Educação Especial, elaborou um documento de estratégias e orientações para
o atendimento nas classes hospitalares, assegurando o acesso à educação
básica. Em Santa Catarina, a SED baixou Portaria que “Dispõe sobre a
implantação de atendimento educacional na Classe Hospitalar para crianças e
adolescentes matriculados na Pré-Escola e no Ensino Fundamental, internados
em hospitais” (Portaria nº. 30, SER, de 05/ 03/2001).
Todo o aluno que freqüenta a classe possui um cadastro com os dados
pessoais, de hospitalização e da escola de origem. Ao final de cada aula o
professor faz os registros nesta ficha com os conteúdos que foram trabalhados
e outras informações que se fizerem necessários.
O aluno que freqüenta a classe por três dias ou mais é realizado contato
telefônico com sua escola, comunicando da sua participação na classe e
obtendo-se informações referentes aos conteúdos que estão sendo
trabalhados, no momento, em sua turma. Após alta hospitalar, é enviado
relatório descritivo das atividades realizadas, bem como do seu desempenho,
posturas adotadas, dificuldades apresentadas.
Para que este seja legitimado, é necessário o carimbo e assinatura do
diretor (escola da Rede Regular Estadual) a fim de encaminhá-lo à escola de
origem.
A proposta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (MEC,
1996) é a de que toda criança disponha de todas as oportunidades possíveis
para que os processos de desenvolvimento e aprendizagem não sejam
suspensos.
A existência de atendimento pedagógico-educacional em hospitais em
nada impede que novos conhecimentos e informações possam ser adquiridos
pela criança ou jovem e venha contribuir tanto para o desenvolvimento escolar.
Após alta hospitalar, é enviado relatório descritivo das atividades
realizadas, bem como do seu desempenho, posturas adotadas, dificuldades
apresentadas. Para que este seja legitimado, é necessário o carimbo e
assinatura do diretor (escola da Rede Regular Estadual) a fim de encaminhá-lo
à escola de origem.

domingo, 18 de abril de 2010

SP: pesquisa aponta que professores sofrem de fadiga vocal

Na véspera do dia mundial da voz, dia 16/04,a Faculdade de Fonoaudiologia da PUC-Campinas divulgou pesquisas que apontam que cerca de 60 a 80% dos professores que trabalham nas escolas particulares e públicas sofrem de fadiga vocal. Os trabalhos foram realizados para diagnosticar como anda a saúde vocal dos professores da região.

Foram observadas dificuldades quanto a rouquidão e perda de voz. Cerca de 95% dos professores admitiram que têm frequentes alterações na voz, inclusive a perda da voz.

O estudo indica problemas relacionados a saúde vocal na categoria. O percentual de professores que mesmo tendo vários sintomas constatados não procuram a ajuda de especialistas é baixo. As pesquisas ainda comprovam entre os entrevistados outros sinais como falhas na voz, garganta seca, tensão no pescoço, coceira na garganta, entre outros.

A Clínica de Fonoaudiologia da PUC-Campinas oferece, de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h, terapia fonoaudiológica, exames de ouvido e exames audiométricos. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones (19) 3729-6843 e 3729-6844.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Centro de referência em psiquiatria infantil, IPq inaugura brinquedoteca



Com jogos, brinquedos de montar, fantasias e espaço para exercícios, o Instituto de Psiquiatria (Ipq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) inaugurou, nesta quarta-feira (31), a sua brinquedoteca: espaço dedicado a atividades lúdicas para crianças em tratamento. Fruto de uma parceria com a distribuidora dos brinquedos Lego, a nova sala é um marco nas reformas do Instituto, que tem um dos poucos centros brasileiros de psiquiatria voltado para crianças e adolescentes.


Para o professor Wagner Gattaz, presidente do conselho diretor do IPq, o brinquedo, além de promover uma distração, também necessária durante o tratamento, é capaz de oferecer informações para um diagnóstico mais apurado. “Com um adulto, você pode conversar. Já a criança não sabe expressar verbalmente o que está sentido. Então, com o brincar, além de obtermos informações sobre o quadro clínico da criança, podemos descobrir como é a inserção dela em um grupo social - saber se é uma criança sociável ou uma criança autista”, exemplifica o doutor.

Segundo Marisol Sendin, médica que participou do projeto do espaço, muitos pais não têm o conhecimento sobre como lidarem com o desenvolvimento diferenciado de seus filhos que passam por tratamento. Isso justifica a inclusão dos pais no tratamento das crianças, fator que foi considerado durante a construção da brinquedoteca. “Os pais receberão orientação do psiquiatra sobre uma ferramenta que eles podem levar para casa, que é a possibilidade de brincarem com seus filhos. Não que eles tenham que levar algum brinquedo para casa, mas é a simples possibilidade de saber brincar”, observa Marisol.

Antonia (nome fictício), mãe de um garoto de 13 anos, que há quatro está em tratamento no HC, confirma as dificuldades em cuidar de seu filho. Ela conta que recebeu no hospital instruções sobre as necessidades de seu filho e sobre como o brincar com ele poderia ajudá-lo em seu tratamento. “Mas eu me perguntei: ‘Será que isso pode dar certo?’. Eu nunca imaginaria que, através de um jogo, o médico poderia identificar um monte de coisas”. Ela ainda relata que no começo das sessões de jogos com o filho, ele era muito irritadiço e só queria ganhar, mesmo que para isso tivesse que trapacear. Mas, após certo tempo, ele já apresentava outra postura diante do jogo e diante o relacionamento com as pessoas. “Então, percebi que o jogo não era só para lazer, era a terapia mesmo”.

Parceria público-privada
Para viabilizar a elaboração da Brinquedoteca, uma comissão ligada ao IPq buscou reunir fundos durante o segundo semestre de 2009. Logo, a empresa M. Cassab, distribuidora oficial da Lego no Brasil, mostrou interesse em montar a sala, que conta com o projeto arquitetônico do escritório Falzoni Alves Lima. O espaço, que já existia e era destinado para ser uma brinquedoteca, pôde, então, ser mobiliado. Robério Esteves, diretor de operações da M. Cassab, descreve que o espaço foi todo concebido em parceria com os especialistas do Instituto, que opinaram sobre a necessidade de brincadeiras que desenvolvessem o raciocínio, a criatividade e a atividade física e motora. “A proposta principal é de que a brinquedoteca tenha um objetivo lúdico-terapêutico. Então não é um espaço para uma simples diversão. É uma atividade terapêutica”, enfatiza.

Segundo o professor Wagner Gattaz, esse tipo de parceria é fundamental, pois no Brasil, ainda se tem a ideia de que o governo tem a obrigação de fazer tudo. “Então o significado dessa inauguração transcende a inauguração em si e reafirma que a iniciativa privada, mais uma vez está ajudando o Hospital das Clínicas e, em especial, a psiquiatria. O que a M. Cassab fez tem importância em dois sentidos. Um em senso estrito, proporcionando às nossas crianças a brinquedoteca. E em senso mais amplo, mostrando à sociedade que é possível fazer parcerias da iniciativa privada com um hospital do governo”, conclui o professor.


Robério Esteves e doutor Wagner Gattaz
A brinquedoteca servirá de apoio ao tratamento já existente do IPq. De acordo com orientações médicas, as crianças internadas no Instituto serão encaminhadas para sessões no local. Já as crianças que passarem por consulta no IPq também poderão participar de grupos de atividades na brinquedoteca, de acordo com horários pré-determinados pela faixa-etária do paciente.

Serviço
O IPq fica na Rua Dr. Ovídio Pires de Campos, 785, Cerqueira César, São Paulo, próximo ao metrô Clínicas. O Instituto recebe pacientes com guia de encaminhamento do SUS, com agendamento pelo telefone (11) 3069-6440, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h30, exceto feriados.

Seminário: Introdução ao Atendimento Pedagógico Hospitalar

Escola de Pediatria - Hospital A. C. Camargo

Data: 10 de abril de 2010.

Horário: Das 8h às 18h.

Local:
Hospital A.C.Camargo
Rua Tamandaré, 764 - Liberdade
Anfiteatro José Ermírio de Moraes



Programa preliminar:

- Panorama das classes hospitalares no Brasil;
- Políticas públicas e legislação;
- Construção do projeto pedagógico;
- Estrutura e organização;
- Brinquedoteca;
- Adoecimento e hospitalização;
- Morte e enfrentamento;
- Aspectos clínicos e organizacionais do adoecimento;
- Acompanhamento escolar.


Inscrições

Rede Municipal de São Paulo

Inscrições pessoalmente no Hospital A.C.Camargo
Rua Tamandaré, 764
Anfiteatro José Ermírio de Moraes

Data: 29 de março de 2010 – segunda-feira.
Horário: das 14h às 16h ou até o término das vagas.

Os professores deverão imprimir, preencher e trazer em mãos a ficha de inscrição (no site do hospital) e levar xerox do holerite. Será registrada somente uma inscrição por pessoa.

Valor: Isento


Rede privada e outros profissionais

Inscrições a partir de 15 de março de 2010.

Preencher a ficha de inscrição disponível no site, imprimir o boleto e efetuar o pagamento.

Valor: R$120,00.



Informações pelos telefones:
2189-5078/ 5098 - Centro de Ensino e Pesquisa
2189-5000 ramal 1540 - Escola da Pediatria